terça-feira, 24 de agosto de 2010

Capítulo 39 ~ Nome


“Essa é você”, a voz dizia, sem nexo algum. Eu apenas desejava que ela se calasse.

“Você vai aceitar. Você vai entender”.

Cale a boca.

“Essa dor vem do que você é”.

Essa dor não faz sentido.

“Você não se lembra de quem é”.

Eu me olho no espelho todos os dias.

“Se visse, já teria percebido o contrário”.

Eu sou Lune.

“Você é Nienna”.

— Lune!

De repente, foi como despertar de um sonho.

Alguém grita meu nome, mas antes que eu consiga voltar completamente a mim, uma coisa pequena atravessa minha frente. Talvez seja mais adequado dizer que ela se joga na minha frente. Nós travamos um encontro violento e caio de joelhos no concreto. Antes mesmo de estar consciente o bastante para sentir a dor, ouço risos.

— Isso foi tenso! – Lise, estendida ao meu lado, desabafa entre gargalhadas. Ela ri muito, com as mãos desnorteadas no ar e os cabelos ondulados espalhados pelo chão. Suas bochechas estão vermelhas, talvez por causa da adrenalina. A minha vontade é perguntar se ela tem algum prazer em sentir dor. Porém, se eu abrir a boca, o desconforto instalado no fundo da minha garganta ganhará a liberdade.

Finalmente, Lise consegue não rir o suficiente para ser capaz de me olhar. Na mesma hora, qualquer vestígio de alegria desaparece de seu rosto. Eu imagino o que ela vê. Uma garota caída, de joelhos, agarrada à própria barriga numa posição retorcida. Seus lindos cabelos louros tocam o chão e seu belo rosto está molhado por lágrimas.

Não que eu tenha conseguido chorar. Hoje, mais do que nunca, desejei ter essa capacidade. Mas, não, a água dos meus olhos apenas escorreu com o vento enquanto eu corria o máximo que podia.

— O que foi? – Lise se apóia sobre os cotovelos e não faz questão de se arrumar. Não parecia preocupada com a desordem dos seus cabelos e com as coxas quase inteiramente à mostra, ganhando bastante atenção do grupo de jovens bem próximo a nós. Na verdade, ela parecia não dar a mínima. Mesmo.

Quando ouço o tom preocupado de sua voz, algo em mim desaba. Quando percebo, já estou no ombro de Lise, cansada e sem força nenhuma para continuar agüentando sozinha a dor ainda latejante no meu peito.

Sendo bem sincera, eu esperava que ela me empurrasse ou reclamasse. Mas, diferente do que eu imaginava, além de um singelo “ai, Deus”, ela não protestou nem por um segundo. Pelo contrário: segurou minhas costas sem jeito, num meio-abraço. Lise, a garotinha que eu chamei de estúpida a primeira vez que vi, é quem está aqui, no chão duro de um pátio, me oferecendo seu ombro sem reclamar.

Como as coisas mudam.

— Lune – ela diz o mais mansa que sua personalidade consegue – o que aconteceu? Você está horrível.

Fiz um esforço tremendo para engolir a ânsia. Passado um tempo, consegui diminuí-la o bastante para ser seguro falar.

— Ah, Lise… – eu disse para seu ombro, estranhando o som suave e melódico da minha voz – você nem imagina…

— Tem algo a ver com meu irmão? – ela mandou ver, de uma vez só, tipo um soco no estômago.

Lógico, eu devia ter imaginado. Tapada como sou, deixei muito clara, para quem quisesse ver, minha explosão de sentimentos por Luan. Aliás, não. Tapada como sou, além de fazer isso, ainda acreditei piamente que conseguiria esconder com sucesso alguma coisa. Às vezes eu mesma sinto pena de mim.

Em resposta para Lise, apenas balanço a cabeça afirmativamente. Sim, estou assinando meu contrato de morte. Eu assumo: Lise, estou apaixonada por seu irmão.

— Vamos sair daqui.

Ela me ajuda no trabalho árduo de me levantar e meus joelhos doem absurdamente. Olho para eles e percebo que logo estarão enfeitados com belos e grandes hematomas.

Lise pergunta se há algum lugar mais tranqüilo aonde eu queira ir. Não tenho certeza se o mais agradável seja o mais adequado, considerando que Luan me encontraria facilmente, mas, ao mesmo tempo, não existe nenhum outro em que eu queira ficar agora. Preciso urgentemente sentir o cheiro das folhas e me aconchegar numa grama. Caminhamos em passos lentos para meu habitual cantinho-escondido-nada-secreto-atrás-do-arbusto. Em total silêncio.

Eu fiz isso, não fiz?

Não sei ao certo em qual nova informação devo pensar. Tento, com toda a minha concentração, afastar a mais desagradável delas, a imagem que, a cada flash, me embrulha o estômago e me deixa dividida entre a dor, a raiva e a ânsia.

O maior problema disso tudo é que minha concentração nunca foi grande coisa. Mesmo com todo o esforço possível, só consigo pensar nos lábios de Chantal sobre os de Luan. É horrível. E não deveria ser. Quer dizer, por um lado, qual garota não se abalaria na minha situação? Qualquer uma. Mas a questão não é essa. Não é a perturbação, e sim o tamanho dela. É enorme, é demais, é anormal.

Anormal. Claro que é anormal. Depois de hoje, da reação que tive ao ver aquele beijo, continuar tentando me convencer de que todas as experiências estranhas da minha vida são meros acasos seria mais do que negligência: seria a mais pura essência da ignorância. Seria admitir a existência de nenhuma célula cerebral dentro da minha cabeça – e vale lembrar de que tenho um belíssimo par. Mais tarde espero conseguir convencer meu casal de neurônios a dispor de algum tempo e suor em favor de refletir sobre o transe assustador de hoje, já que, agora, qualquer trabalho a mais sobre eles poderia resultar numa sobrecarga.

— É aqui? – Lise me acorda e, meio atordoada, digo que sim. Ela fecha a cara.

— Você deveria se olhar no espelho. Está numa situação de dar nojo.

— Estou tão feia assim? – pergunto meio envergonhada. Levo a mão timidamente à cabeça no intuito de abaixar alguns fios de cabelo. Pensando bem, não estou muito certa de que quero a verdade.

— Não me faça rir – ela responde revirando os olhos – quem sabe no apocalipse você fique feia, com todo o fogo e as desgraças. O que está ridículo é essa sua expressão de piedade. Se o mais ferrado dos indigentes tivesse algumas aulas com você, em cinco dias suas esmolas o fariam mais rico do que Tio Patinhas.

Ela deve ter razão. Estou mesmo me sentindo digna de piedade, embora ache difícil alguém ser mais rico do que Tio Patinhas. Lise não está feliz com isso. A cada segundo, vejo seu rosto ficar mais furioso. Engraçado. Quando ela franze as sobrancelhas, lembra muito o irmão. E só contemplar essa semelhança já é o suficiente para encher meus olhos de água e fazer crescer o desconforto do meu pescoço… e quanto mais ela se enfurece, mais fica parecida…

De repente, seu pequeno e delicado braço se ergue em fúria.

— EI! – grito, absolutamente chocada, e instintivamente seguro minha bochecha direita, já quente – FICOU MALUCA?

— Não, mas você deve ter ficado idiota! – ela grita em resposta, ensandecida.

— Você me deu um tapa! – deixo a indignação tomar conta do momento. Ninguém nunca me deu um tapa.

Os olhos verdes de Lise parecem queimar. Num instante, minha coragem balança de verdade.

— Escute, Lune Noire, mas escute bem, porque vou falar só uma vez – a pequena criatura à minha frente levanta o dedo indicador e o estica bem em frente ao meu nariz. Meus pêlos do braço se arrepiam com o tom assassino de sua voz – nunca mais quero ver você com essa cara de “pobre de mim”, principalmente quando for por culpa de outras pessoas, qualquer uma. Entendeu?

— É fácil para você falar – digo ainda segurando o rosto e totalmente envergonhada – não era você quem estava lá assistindo aquela louca assediar Luan só por que ela e todo mundo acha que estou perdidamente apaixonada pelo cara – frisei bem a palavra acha, perceba. E não sei por que, sinceramente. Como se adiantasse de algo.

— Não, não era. Mas pode ter certeza de que, se fosse, não estaria aqui escondida numa moita, com ar de “oh, Deus, cura esta ferida, meu coração foi vítima da cruel flecha da dor-de-cotovelo”. A estas horas aquela vaca estaria na enfermaria, implorando para Madame Chercris ajudá-la a colar os dentes de volta na boca.

Olhando para a pequena e, sem conseguir escapar do seu olhar imperdoável, tive, por fim, que admitir a derrota. Ela tem completa razão. Estou fazendo um papel ridículo. Bom, nenhuma novidade até aí. Mas, realmente, não posso baixar a cabeça e continuar agindo como uma injustiçada vítima do destino.

Com muito pesar, é isso o que digo para ela. E por um momento – bem pequeno mesmo – pude ver nela uma expressão doce. Nunca havia percebido como Lise – com seus cabelos chocolate, seus cachos e enormes e soltos, seus olhos e cílios grandes, lábios bem torneados – se parecia com uma boneca. Daquelas caras, de porcelana, com bochechas rosadas. Obviamente essa figura não dura muito, pois logo se notam as meias 3/4 amontoadas sobre o calcanhar, a gravata torta pendente e a faixa suja enrolada na mão esquerda, como uma belíssima delinqüente juvenil. Com covinhas.

— Fico feliz. Você fica melhor fazendo o papel de burra, não de coitada.

Aaah, tá, entendi. Valeu.

Nós nos sentamos desconfortavelmente na grama atrás do arbusto e admiro a cor escarlate dos meus joelhos. Em poucos segundos, me perco em pensamentos. Meu estômago se remexe só de pensar em Luan. Me esforço para não demonstrar nenhuma sensação ruim, Lise não precisa e nem merece, depois de se preocupar tanto com minha auto-estima, ver qualquer sinal de fraqueza em meu rosto. Não sou digna de pena. E nunca vou ser.

Quem sabe, se eu repetir isso muitas vezes, posso passar a acreditar.

— Então foi isso que aconteceu – Lise solta, olhando para as folhas ao nosso lado e coçando a cabeça, desarrumando ainda mais seus cabelos compridos.

— Sim – respondo, suspirando e também olhando para as folhas – aquela maníaca ainda se deu ao trabalho de esperar até eu entrar no campo de visão para poder apreciar a cena.

Lise deu risada.

— Isso foi realmente baixo. Nem eu chegaria a um nível tão medíocre. Quer dizer, só as mais necessitadas precisam assediar um cara para conseguir um beijo e enfurecer alguém. Pena eu não estar por perto na hora, teria arrancado aquela parasita do meu irmão com tanta sutileza quanto se descola uma unha usando uma espátula de bolo.

Uma imagem terrível e dolorosa passa por minha cabeça e eu a empurro para um canto obscuro qualquer do meu cérebro. Por um instante fico em dúvida se conto para Lise sobre meu transe psicótico. Penso em Chantal sendo atirada contra a parede, lutando contra o vento que erguia suas roupas e atirava seus cabelos com violência contra seu rosto. Tudo isso enquanto eu, cheia de sensações novas e sentindo o coração ferver, clamava, desejava, louvava tudo aquilo. Agora, depois da raiva dissipada, me sinto desprezível. E muito satisfeita. Totalmente ambíguo e confuso. Então, voltamos à pergunta: eu fiz aquilo?

Mais ou menos nesse andar dos pensamentos, ouço ruídos do outro lado do arbusto. Sem aviso nenhum, Luan afasta alguns galhos e se faz surgir por trás da planta.

— PUT…! – solto um palavrão que não vale a pena ser descrito. Num movimento de autodefesa involuntário, viro meu rosto para a parede oposta, já sentindo todos os efeitos daquela visão inesperada: falta de ar, dores no estômago, um objeto não identificado na garganta e uma horrível pressão no peito. Não sei em que me concentro primeiro, se no meu coração – que parece querer saltar para a grama e fugir desesperado berrando por socorro – ou se em Lise, sempre com ótimos reflexos, que agora está empurrando Luan para fora do meu cantinho privativo.

— Lise, o que está fazendo aqui? – ele fala calmamente, respirando fundo, como se estivesse em busca de uma grande paciência divina.

— Me certificando de que você também não estará.

Silêncio. Luan bufa.

— Lune, eu preciso falar com você – Luan diz, mal conseguindo me ver, com a voz fraca.

Eu quero falar com você.

— Lune, por favor, será que podemos conversar?

Eu adoraria, é o que eu gostaria de responder. Porém, não posso olhar para Luan e movimentar minhas pregas vocais ao mesmo tempo, não agora. Alguma coisa, lá no fundo, me diz que não posso correr esse risco. A ânsia precisa se manter exatamente onde está. Precisa.

— Garanhão, cai na real, ela não vai falar com você agora – Lise diz, depois de ter o bom senso de esperar para ver se eu estaria de acordo com uma conversa.

— Lune, eu preciso saber como você está… fala comigo – o tom de Luan já era o de súplica. E a cada batida, meu coração doía mais só por não poder ajudá-lo.

Não posso olhar para ele, não posso.

— Qual é Luan, como você acha que ela está?

Obrigada, Lise. Essa é uma coisa que eu gostaria de saber.

— Tudo bem, Lune, você não quer conversar, mas pelo menos me ouça. Eu não tive nada a ver com isso, nunca iria provocar nada assim, eu juro…

— Eu sei.

Sim. Essa frase saiu de mim.

Finalmente encontrei forças o suficiente para falar, mesmo que com a voz melódica, como ocorreu com Lise logo que a encontrei. Mais uma vez me surpreendo com a harmonia dos sons que soltava pelos lábios.

De que forma consegui falar? Bastou não olhar para Luan de forma alguma e não pensar em nada. Mas acho que a maior responsável por esse avanço, foi o orgulho. Eu nunca, nunca poderia deixar qualquer vestígio de falsas interpretações. Luan não pode saber que toda a minha dor vem da simples imagem de seus lábios colados em outros que não os meus. O orgulho, inexplicavelmente, conseguiu transpor os obstáculos.

— Não pense nisso. Não estou assim por sua causa. Apenas estou cansada de ser vista por todos como uma espécie de brinquedo bobo.

Pausa para tomar fôlego.

— Prometo que assim que eu estiver melhor, converso com você.

— Mas…

— Eu vou ficar bem – o interrompo, nem um pouco gentil. Não por impaciência ou irritação. Apenas não sei quanto tempo vou conseguir manter minha voz controlada, sem aquele desconforto atravessado no pescoço.

Por algumas vezes, ouvi inícios de sílabas saindo de sua boca. Porém, nenhuma delas chegou a formar uma frase ou palavra sequer.

Lise, ao perceber meu indício de ponto final, se manifesta.

— Muito bem, a festa acabou, cai fora, bundão.

— O quê? Mas eu preciso falar com ela! – a voz volta à boca de Luan, que tenta retomar o tempo perdido. Ele parece muito confuso.

— Luan! Cai fora!

Agora, Lise parece irritada e, seu irmão, totalmente perdido. Ao mesmo tempo em que parece saber que a conversa acabou, não quer ir embora. Minha vontade sincera é olhar para ele, conversar, explicar tudo o que sinto. Abraçar. Saber o que ele está sentindo.

Luan.

— Lune, não foi minha culpa…

— Culpa? – o tom firme de Lise não permite vacilo. Ela se aproxima dele e fala baixo, com a voz meio rouca, aquelas que fazem a gente se sentir quinze centímetros mais baixo. De alguma forma, essa frase de Luan despertou seu espírito justiceiro.

— Culpa pelo quê? Por ter sido o maior bunda-mole que já inventaram? Que tipo de menininho indefeso você se tornou de repente?

O silêncio impera sobre o ambiente. Meus neurônios trabalham. Lise está falando sério? Ela realmente acha que Luan tem culpa?

Luan tem culpa?

— Você deixou uma ruiva necessitada sexualmente fazer o que queria com você porque acha tudo divertido e agora estão rindo de Lune por aí, isso você acha divertido? – ela continua ameaçadora. Seu irmão não consegue produzir nenhum som. Centenas de questionamentos brotam na minha cabeça.

Segundos depois, ouço passos na grama. Luan está voltando para a sala de aula. Um súbito desespero se instala. Não posso permitir que ele se afaste de mim desse jeito, cheio de incertezas. Não me controlo:

— Luan – me limito a deixá-lo ver o perfil de meu rosto, ainda que apenas por entre a abertura entre os galhos – obrigada por se importar e vir até aqui.

Um silêncio constrangedor se estende até que Lise perca de novo a paciência. Volto a olhar para a parede, mas, mesmo estando longe de poder ver o rosto de Luan, uma sensação reconfortante arrepia meus braços.

Ele quer ficar.

— Agora se manca, irmãozinho. E chame Nara, caso a vir, ela precisa assumir seu papel de melhor amiga. Estou ficando com enxaqueca por causa da frescura de vocês, prefiro a certeza de um murro bem dado no supercílio.

Senti ambos irem embora. Lise, furiosa, obviamente com seu estoque diário de boas ações esgotado.

15 comentários:

  1. Os capitulos estao cada vez melhores *-*

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  2. UHSAUHSUHAUSUAHS eurimuitoooo com esse capítulo. -Q

    E vendo as informações a mais sobre os personagens, me identifiquei bastante com a Lise.

    Adorei, mais? *-*

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  3. Aaaaaahhhhh!!!! Quero mais *-----* <3

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  4. estou amandoooooo! publique maaaaais, por favor!

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  5. EU QUEROO MAIS.... esta mutioooo boooom *-*....cade o resto =/ hioashasohisohiashi

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  6. Por favor Aline necessito dos outros capitulos URGENTEEEEE ahoiahoiahoai ... viciante *-*

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  7. Eu tooo gamadaa nessa história...
    Tá, não apenas na história, quero um Luan pra miim! haushasusha
    Ai aquelas covinhas dele.. *-*
    hauahsushuashuas

    Fora do sério você, Aline! Parabéns!!!
    =D

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  8. alguem me diz quando vao postar outro capitulo--'

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  9. por favor ALINE, necessito de mais capítulos URGENTEEEEE!!!!!!!!!!! [+1] isso é mais que viciante. XDXD Luan *--*

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  10. ahhhhh desisto nao vou ter a continuaçao nunca :( eu quero MAAAAAIS --'

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  11. Bom dia!!!
    Hoje no meu blog tem um selinho para você!
    Te indiquei como "Blog de ouro"!
    Espero que possa responder e publicar!
    Beijoos
    :)

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